08/08/2040 - "De Volta para o Futuro"

São Paulo, 8 de agosto de 2040. Tsumano agora com 59 anos, mora em Ubatuba com a Tsumina e os Tsudogs. Pai de dois filhos: a Pauline e o Marcos Evair, que ficaram morando em Sampa.
Também conhecido como Tsumuleke, o menino cresceu na praça e hoje, com 29 anos vai fazer um bate-volta com seus amigos pra Tyjucos.
De formação excelente, educado, piolho, meio índio-meio preto. Cresceu na área com os filhos dos irmãos do seu pai: Bolinha Júnior e o Picolininho, são uns deles (ou um dos nossos, tanto faz)!
Hora da Rima do FDS:
"No rolê a pampa, com os manos la da praça/
tirando a mesma onda que eu tirei, só que com menos pala/
Tem mó fidelidade, com a sua gente/
acordando às 4 pra não quebrar a corrente/
Sujeito homem palmeirense 100%,
andando de cabeça erguida, ter mó respeito/
Llonge dos policia, longe dos pilantra/
da crocodilagem, dos que não adianta.."
Às 4:30 eles colam no local cobinado (a padoca "Velha Charmosa"). Vão andando até a Paulista com suas bóias dobráveis dentro da mochila. Chegando na estação, pegam o trem-bala das 4:45 e 15 minutos depois já estão no Guaru. O trajeto Pitangas-Tyjucos é feito em 10 minutos via metrô-submarino.
O bom e velho ipod do pai foi o que os entreteu nessa longa jornada. E como não podia deixar de ser, as músicas do coroa "tem um som que é do barato!". Anos 90 é o tema (até porque não fizeram nada melhor até hoje)! Quanto mais raíz e mais gangsta melhor, o Album do FDS vai pro "Na batida Vol. 2".
Eles chegam no pico ainda escuro para fugir do crowd (e que a essas horas já deve estar insuportável).
Long john com aquecedor embutido, prancha motorizada com farol acoplado, mochila impermeável e no seu interior: água, carb up e o ipower (gadget da apple que faz tudo que você possa imaginar, serviu pra tirar as fotos depois da queda).

O surfe evoluiu em algumas coisas, mas ninguém ainda descobriu algo que possa substituir a parafina. E pra variar, ninguém trouxe!
Picolininho, que tinha esquema pra entrar no Conjunto Habitacional Tyjucopavense (hoje tomado por arranha-céus), era o mais empolgado.
E enquanto passava o raspador nas pranchas dos seus irmãos, cantarolava sem parar um grito da torcida mais vibrante do mundo: "Palmeiras minha vida é você, ÊÊÊÊÊ, Palmeiras minha vida é você..."
E assim foi até o outside. Filho de porco, porquinho é!
Se você estava ansioso para saber como são as ondas no futuro, lamento te decepicionar, mas não mudaram muito. Tirando a bancada artificial do Mar Casado (que não estava rolando), continua a mesma fiola véia, só que com manchas de petróleo.

Mas até que foi loko. Fez mó dia, sol sem nuvens, sem vento, sem crowd, sem perrengue pra passar a rebenta. Meio metro servido, fechando e demorando bastante, mas quando abria tinha uns tubo. Essas pranchinhas motorizadas são o bicho, a cada onda você inventa uma manobra nova.
Bolinha junior, profissa do skate, dava umas batidas no crítico. E entre uma onda e outro trombou um bródi na água, que foi o responsável pelo Pensamento do FDS: "No dia dos pais, eu quero paz!"
E que moral que eu tenho pra falar do meu filho, se quando eu tinha a idade dele também fazia bate-volta no dia dos pais. Eu te entendo Tsumuleke, dia dos pais é todo dia; é só você colar aqui em Ubatuba final que vem que já era!

O Salve do FDS vai pros nossos pais, padrastos, avôs e pros trutas que já tem filhos: Chaves, Tiozinho, Glu, Kulos, Dete e Leo, esse último duplamente por ser o Aniversariante do FDS também.
Surfe prolongado, até quase onze, primeiro no canto esquerdo e depois no meio, que tava melhor. Ducha na reta e bode reenergizador nas cadeiras exclusivas dos condôminos, tomando um bronze nas coxas antes de subir de volta pra selva.
Pit-stop na lojinha do posto e a garrafinha verdinha tava lá, só  esperando para nos refrescar de um dia que, como previsto pelo LD, foi excepcional.
Pela janela, Picolininho continuava eufórico declarando seu amor pelo time palestrino.